sexta-feira, 31 de julho de 2020

Monitoramento e Controle de Sólidos em ETE de Lodo Ativado

Uma das atividades mais importantes dentro de uma ETE de lodos ativados é o monitoramento e controle das variáveis relacionadas aos diversos tipos de sólidos presentes ao longo do sistema de tratamento biológico.

O controle no efluente tratado é feito principalmente para atender exigências de caráter legal – como as resoluções estaduais e federais – e para garantia da qualidade e eficiência do tratamento dentro do processo. Veja a seguir os procedimentos sugeridos para a realização de um bom controle da biomassa nos reatores e clarificadores secundários.


Os sólidos de um tratamento biológico podem ser quantificados e qualificados de duas maneiras. A primeira tem por finalidade destacar a quantidade total de sólidos; a segunda destaca somente a fração de sólidos orgânicos – a biomassa. Deve-se estar atento ao fato de que na operação de uma ETE, é comum utilizar o valor da concentração de sólidos totais como um indicador da quantidade de biomassa, entretanto, nem sempre é explicitada essa diferença, conforme observa David Charles Meissner em “Tratamento de Efluentes nas Indústrias de Papel e Celulose – Alguns Conceitos Básicos e Condições Operacionais”.

Os tipos de sólidos regularmente monitorados estão na tabela abaixo:

(Meissner, 2017)

Os locais de amostragem e parâmetros sugeridos para controle são:


Quanto aos principais pontos de monitoramento e controle de sólidos no tratamento biológico podemos ter:

- Efluente que adentra o tratamento biológico, cujo controle se faz apenas por ajustes nos clarificadores primários. A operação dos reatores biológicos exige o conhecimento do tipo e da quantidade de sólidos a ser tratado;

- MLSS (efluente + lodo ativado) dos reatores biológicos. A quantidade de sólidos dentro dos reatores é controlada pela taxa de recirculação e pela quantidade de descarte de lodo. A eficiência na remoção de carga poluente depende da correspondente quantidade de biomassa disponível para atuar.

- Efluente tratado. Seu controle é efetivado por ajustes nos reatores e clarificadores secundários e seu monitoramento obedece às exigências legais, além da acompanhar a eficiência da etapa biológica de tratamento.

É muito importante garantir as quantidades e qualidade da biomassa dos reatores. A primeira se faz através das análises de SST e SSV, além das avaliações microscópicas. A concentração de SST deve ser mantida conforme determina o projeto, que pode variar entre 4,0 e 8,0 mg/L para sistemas convencionais. O SSV normalmente representa em torno de 80% do SST de um reator de alta carga. Para monitoramento da qualidade, rotineiramente utilizam-se o SSd e o IVL. Estas análises mostram como a biomassa se comporta no sistema: se está sedimentando bem e se está formando um colchão de lodo firme e bem compacto.

Existem outros diferentes tipos de monitoramento da biomassa, como a contagem de micro-organismos em câmera de S.R. e a análise micrográfica. Esta última, além de investigar os micro-organismos existentes no lodo ativado, também faz a caracterização dos flocos. Porém, as análises apresentadas nas tabelas acima atendem as necessidades básicas de um monitoramento e controle imediato do processo.

O formato do plano de monitoramento vai depender primeiramente das necessidades operacionais para atender a vazão e cargas afluentes. Também são levados em conta os recursos disponíveis e questões como estabilidade e momentos críticos no processo que possam interferir na eficiência do tratamento.

O controle da biomassa no sistema se faz de duas maneiras distintas. Primeiro, através de ajustes da taxa de recirculação do lodo ativado, que entre outras coisas modula a relação F/M no reator. Segundo, através do descarte de lodo excedente, que além de corrigir a quantidade de sólidos, também ajusta a idade de lodo.


José Leonardo da Silva Cardoso

Diretor Técnico da Biotrakti

WhatsApp +55 12 98230-1037


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