Uma das atividades mais
importantes dentro de uma ETE de lodos ativados é o monitoramento e controle
das variáveis relacionadas aos diversos tipos de sólidos presentes ao longo do
sistema de tratamento biológico.
O controle no efluente
tratado é feito principalmente para atender exigências de caráter legal – como
as resoluções estaduais e federais – e para garantia da qualidade e eficiência
do tratamento dentro do processo. Veja a seguir os procedimentos sugeridos para
a realização de um bom controle da biomassa nos reatores e clarificadores
secundários.
Os sólidos de um tratamento
biológico podem ser quantificados e qualificados de duas maneiras. A primeira
tem por finalidade destacar a quantidade total de sólidos; a segunda destaca
somente a fração de sólidos orgânicos – a biomassa. Deve-se estar atento
ao fato de que na operação de uma ETE, é comum utilizar o valor da concentração
de sólidos totais como um indicador da quantidade de biomassa, entretanto, nem
sempre é explicitada essa diferença, conforme observa David Charles Meissner em
“Tratamento de Efluentes nas Indústrias de Papel e Celulose – Alguns Conceitos
Básicos e Condições Operacionais”.
Os tipos de sólidos
regularmente monitorados estão na tabela abaixo:
Os locais de amostragem e
parâmetros sugeridos para controle são:
Quanto aos principais pontos
de monitoramento e controle de sólidos no tratamento biológico podemos ter:
- Efluente que adentra o tratamento biológico, cujo
controle se faz apenas por ajustes nos clarificadores primários. A operação dos
reatores biológicos exige o conhecimento do tipo e da quantidade de sólidos a
ser tratado;
- MLSS (efluente + lodo ativado) dos reatores
biológicos. A quantidade de sólidos dentro dos reatores é controlada pela taxa
de recirculação e pela quantidade de descarte de lodo. A eficiência na remoção
de carga poluente depende da correspondente quantidade de biomassa disponível
para atuar.
- Efluente tratado. Seu controle é efetivado por
ajustes nos reatores e clarificadores secundários e seu monitoramento obedece
às exigências legais, além da acompanhar a eficiência da etapa biológica de
tratamento.
É muito importante garantir as
quantidades e qualidade da biomassa dos reatores. A primeira se faz através das
análises de SST e SSV, além das avaliações microscópicas. A concentração de SST
deve ser mantida conforme determina o projeto, que pode variar entre 4,0 e 8,0
mg/L para sistemas convencionais. O SSV normalmente representa em torno de 80%
do SST de um reator de alta carga. Para monitoramento da qualidade, rotineiramente
utilizam-se o SSd e o IVL. Estas análises mostram como a biomassa se comporta no
sistema: se está sedimentando bem e se está formando um colchão de lodo firme e
bem compacto.
Existem outros diferentes
tipos de monitoramento da biomassa, como a contagem de micro-organismos em
câmera de S.R. e a análise micrográfica. Esta última, além de investigar os
micro-organismos existentes no lodo ativado, também faz a caracterização dos
flocos. Porém, as análises apresentadas nas tabelas acima atendem as
necessidades básicas de um monitoramento e controle imediato do processo.
O formato do plano de
monitoramento vai depender primeiramente das necessidades operacionais para
atender a vazão e cargas afluentes. Também são levados em conta os recursos
disponíveis e questões como estabilidade e momentos críticos no processo que possam
interferir na eficiência do tratamento.
O controle da biomassa no
sistema se faz de duas maneiras distintas. Primeiro, através de ajustes da taxa
de recirculação do lodo ativado, que entre outras coisas modula a relação F/M
no reator. Segundo, através do descarte de lodo excedente, que além de corrigir
a quantidade de sólidos, também ajusta a idade de lodo.
José
Leonardo da Silva Cardoso
Diretor Técnico da Biotrakti
WhatsApp +55 12 98230-1037
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