quarta-feira, 31 de outubro de 2018

28 de Outubro - Dia Nacional da Reciclagem do Alumínio


O dia 28 de outubro é o Dia Nacional da Reciclagem do Alumínio. Portanto, achamos uma ótima ideia explorar esse assunto com nossos leitores, para que possamos conhecer um pouco da história e do desenvolvimento desse lucrativo ramo de atividade.

São várias as causas do sucesso da reciclagem do alumínio. Entre as principais, estão a preservação ambiental, a redução da emissão de CO2, a economia de energia e a geração de renda e emprego.


A indústria do alumínio

Há cem anos, nascia a indústria do alumínio no Brasil. Naquela época já utilizávamos sucata importada de vários países para produzir utensílios de alumínio. Só mais tarde, em 1928, começamos a utilizar a bauxita para pequenas produções de alumínio primário. Dez anos depois, o governo Vargas apoiou a produção definitiva do metal, que foi alcançar escala industrial em 1944, durante a 2ª Grande Guerra. A partir de 1983, o país entra para o grupo dos principais exportadores e logo se torna o quinto maior produtor mundial de alumínio primário.

Assim, o Brasil se tornando auto suficiente na fabricação de alumínio primário, logo começa a fabricar também chapas e latas de alumínio para bebidas, que acabam por substituir os produtos importados ou fabricados com outros materiais. Isso se deu na Alcan de Pindamonhangaba, em 1988.
Em 1996, a Latasa se instala em Jacareí. A Latapack-Ball Embalagens Ltda em conjunto com a americana Ball Corporation chega no ano seguinte. Outras plantas são instaladas também em outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.

A capital nacional da reciclagem do alumínio é Pindamonhangaba/SP. O título foi concedido pela ABAL em 2003, em reconhecimento à importância da cidade para a atividade. Na ocasião, foi entregue uma escultura feita em alumínio, representando o símbolo internacional da reciclagem do metal. A obra, do escultor Hans Goldammer, catarinense radicado em São Paulo, tem 4,5 metros de altura e está instalada na entrada da cidade, às margens da Rodovia Presidente Dutra.  http://abal.org.br/sustentabilidade/reciclagem/reciclagem-no-brasil/
Essa nova fase de evolução do setor, intensificou também a reciclagem do metal. Assim, o Brasil permanece a mais de uma década sustentando o maior índice de reciclagem de latas de alumínio do mundo, reciclando praticamente toda a sucata disponível.

Todo esse sucesso nos levou a criação do Dia Nacional da Reciclagem do Alumínio que é comemorado desde 28 de outubro de 2003. Naquele ano, Pindamonhangaba recebeu o título de Capital Nacional da Reciclagem do Alumínio, por colocar o Brasil como campeão de reciclagem do metal desde 2001. A partir de então, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) vem promovendo anualmente ações em comemoração à data.


O processo de reciclagem

As latas descartadas após consumo são coletadas por catadores e vendidas para cooperativas e sucateiros. Estes as revendem para grandes indústrias como a Latasa, por exemplo.

Depois de prensado nos centros de coleta dessas grandes indústrias que estão localizados nas principais capitais do país, o material segue para os centros de fundição, onde será desenfardado, separado das impurezas e picotado.

Depois disso, o material é fundido a 700º C e transformado em alumínio líquido para fabricação de lingotes, placas e ligas. Estes produtos atendem diversos segmentos como a indústria automotiva, de embalagens, siderúrgica, de bens de consumo, etc. Veja mais aqui.

A lata de alumínio passa por todo o processo em apenas 30 dias e representa quase 50% do volume anual de sucata de alumínio recuperada, conforme dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (ABRALATAS) e da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).


Os benefícios da reciclagem do alumínio

Todos os processos de reciclagem contribuem muito para preservação do meio ambiente. Nesse contexto, a reciclagem de materiais pesados tem produzido muitos resultados positivos em todo o mundo, sobretudo devido ao grande índice de reaproveitamento alcançado.

O Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) fez estudo de análise do ciclo de vida da lata de alumínio para bebidas no Brasil, confirmando as vantagens da embalagem para o meio ambiente. Segundo a pesquisa, a reciclagem da lata para obtenção de uma nova embalagem reduz em 70% as emissões de CO2 e em 71% o consumo de energia, quando comparada a lata fabricada apenas com alumínio primário. Outra vantagem é que a reciclagem consome apenas 5% de energia elétrica quando comparada ao processo de produção do metal primário.

Para se ter uma ideia do que isso significa, o CETEA cita dados de 2016, quando foram recicladas 280 mil toneladas de latas no país, proporcionando a economia de 4300 GWh/ano, o que equivale ao consumo residencial anual de 6,7 milhões de pessoas, em dois milhões de residências.

Para complementar os dados acima, nesse mesmo ano, a coleta de latas de alumínio para bebidas foi responsável por injetar R$ 947 milhões na economia nacional, contribuindo com a geração de renda e de empregos para milhares de catadores de materiais recicláveis.

Realmente, é muito conveniente esse tipo de embalagem. Seu fácil armazenamento e manuseio também favorecem muito a logística reversa. Todos esses fatores positivos fizeram a reciclagem do metal estabilizar em quase 100% de aproveitamento na última década, tornando a lata de alumínio muito competitiva em relação aos outros tipos de embalagens concorrentes. Para se ter uma ideia, vejamos as garrafas de vidro que também são recicláveis; porém, questões de segurança em grandes eventos limitam sua utilização, além de que são pesadas, se quebram com facilidade, necessitam da etapa de higienização durante o processo de reciclagem e têm pouco valor de mercado, deixando de ser atrativas para as cooperativas. Por sua vez, as “tin cans” ou latas de aço também são recicláveis, porém sua cadeia de produção gera impactos consideráveis ao meio ambiente e a trend de reciclagem fica em torno de 50% por não ser suficientemente atrativa para as cooperativas brasileiras.

  

José Leonardo Cardoso
Diretor Técnico da Biotrakti





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