O dia 28 de outubro é o Dia Nacional da Reciclagem
do Alumínio. Portanto, achamos uma ótima ideia explorar esse assunto com nossos
leitores, para que possamos conhecer um pouco da história e do desenvolvimento
desse lucrativo ramo de atividade.
São várias as causas do sucesso da reciclagem do
alumínio. Entre as principais, estão a preservação ambiental, a redução da
emissão de CO2,
a economia de energia e a geração de renda e emprego.
A indústria
do alumínio
Há cem anos, nascia a indústria do alumínio no
Brasil. Naquela época já utilizávamos sucata importada de vários países para
produzir utensílios de alumínio. Só mais tarde, em 1928, começamos a utilizar a
bauxita para pequenas produções de alumínio primário. Dez anos depois, o
governo Vargas apoiou a produção definitiva do metal, que foi alcançar escala
industrial em 1944, durante a 2ª Grande Guerra. A partir de 1983, o país entra
para o grupo dos principais exportadores e logo se torna o quinto maior
produtor mundial de alumínio primário.
Assim, o Brasil se tornando auto suficiente na
fabricação de alumínio primário, logo começa a fabricar também chapas e latas
de alumínio para bebidas, que acabam por substituir os produtos importados ou
fabricados com outros materiais. Isso se deu na Alcan de Pindamonhangaba, em
1988.
Em 1996, a Latasa se instala em Jacareí. A
Latapack-Ball Embalagens Ltda em conjunto com a americana Ball Corporation chega
no ano seguinte. Outras plantas são instaladas também em outros estados como
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Todo esse sucesso nos levou a criação do Dia
Nacional da Reciclagem do Alumínio que é comemorado desde 28 de outubro de
2003. Naquele ano, Pindamonhangaba recebeu o título de Capital Nacional da
Reciclagem do Alumínio, por colocar o Brasil como campeão de reciclagem do
metal desde 2001. A partir de então, a Associação
Brasileira do Alumínio (ABAL) vem promovendo anualmente ações em comemoração à
data.
O processo
de reciclagem
As latas descartadas após consumo são coletadas por
catadores e vendidas para cooperativas e sucateiros. Estes as revendem para
grandes indústrias como a Latasa, por exemplo.
Depois de prensado nos centros de coleta dessas
grandes indústrias que estão localizados nas principais capitais do país, o
material segue para os centros de fundição, onde será desenfardado, separado
das impurezas e picotado.
Depois disso, o material é fundido a 700º C e
transformado em alumínio líquido para fabricação de lingotes, placas e ligas.
Estes produtos atendem diversos segmentos como a indústria automotiva, de
embalagens, siderúrgica, de bens de consumo, etc. Veja mais aqui.
A lata de alumínio passa por todo o processo em
apenas 30 dias e representa quase 50% do volume anual de sucata de alumínio
recuperada, conforme dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de
Alumínio (ABRALATAS) e da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
Os
benefícios da reciclagem do alumínio
Todos os processos de reciclagem contribuem muito
para preservação do meio ambiente. Nesse contexto, a reciclagem de materiais
pesados tem produzido muitos resultados positivos em todo o mundo, sobretudo
devido ao grande índice de reaproveitamento alcançado.
O Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) fez
estudo de análise do ciclo de vida da lata de alumínio para bebidas no Brasil,
confirmando as vantagens da embalagem para o meio ambiente. Segundo a pesquisa,
a reciclagem da lata para obtenção de uma nova embalagem reduz em 70% as
emissões de CO2 e em 71% o consumo de energia, quando comparada a
lata fabricada apenas com alumínio primário. Outra vantagem é que a reciclagem
consome apenas 5% de energia elétrica quando comparada ao processo de produção
do metal primário.
Para se ter uma ideia do que isso significa, o
CETEA cita dados de 2016, quando foram recicladas 280
mil toneladas de latas no país, proporcionando a economia de 4300
GWh/ano, o que equivale ao consumo residencial anual de 6,7 milhões de pessoas,
em dois milhões de residências.
Para complementar os dados acima, nesse mesmo ano,
a coleta de latas de alumínio para bebidas foi responsável por injetar R$ 947
milhões na economia nacional, contribuindo com a geração de renda e de empregos
para milhares de catadores de materiais recicláveis.
Realmente, é muito conveniente esse tipo de
embalagem. Seu fácil armazenamento e manuseio também favorecem muito a
logística reversa. Todos esses fatores positivos fizeram a reciclagem do metal
estabilizar em quase 100% de aproveitamento na última década, tornando a lata
de alumínio muito competitiva em relação aos outros tipos de embalagens concorrentes.
Para se ter uma ideia, vejamos as garrafas de vidro que também são recicláveis;
porém, questões de segurança em grandes eventos limitam sua utilização, além de
que são pesadas, se quebram com facilidade, necessitam da etapa de higienização
durante o processo de reciclagem e têm pouco valor de mercado, deixando de ser
atrativas para as cooperativas. Por sua vez, as “tin cans” ou latas de aço
também são recicláveis, porém sua cadeia de produção gera impactos
consideráveis ao meio ambiente e a trend de reciclagem fica em torno de 50% por
não ser suficientemente atrativa para as cooperativas brasileiras.
José Leonardo Cardoso
Diretor
Técnico da Biotrakti
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