segunda-feira, 27 de maio de 2019

Mudanças Climáticas e Políticas: Alguns Comentários Pessoais

Um “rant” pessoal e raivoso de um velho hippie com atuação técnico ambientalista

A fim de contribuir com a paz nas minhas redes sociais e até em eventuais conversações presenciais, ma maioria das vezes eu me abstenho de externar minhas opiniões e pensamentos pessoais, particularmente quanto a assuntos políticos e ambientais. Durante os 29 anos iniciais da minha vida, creci nos Estados Unidos dentro de uma cultura americana de classe média, e hoje tenho mais de 45 anos vivendo no estado de São Paulo, Brasil. Portanto devido à formação dos meus valores pessoais, acho eu, sempre preferi que meus comentários e opiniões fossem considerados mais como um desabafo de um velho rabugento e não levados a sério.


Descrição da situação
Dias atrás, lendo o jornal impresso pela manhã, me deparei com alguns comentários que me chamaram a atenção. Estes eram de vários formadores de opinião e pessoas públicas, alegando que os conceitos de mudanças climáticas e aquecimento global são, entre muitas explicações, farsas, espúrios, coisas de imperialistas, comunistas ou simplesmente que são errados (Ref. 1). Esses comentários me deixaram irritado por diversas razões, e comecei a refletir melhor sobre o assunto em geral e minhas reações em particular. Também criou em mim uma vontade e até uma necessidade imperativa de contra argumentar publicamente.

O que é entendido por MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AQUECIMENTO GLOBAL?

Explicação racional:
Nos dias atuais, cada vez mais ouvimos pessoas falando sobre as mudanças climáticas. Não temos mais estações do ano tão demarcadas pelas suas características; faz frio no verão, calor no inverno, de manhã é frio e à tarde esquenta, ou vice-versa.
Para grande parte da comunidade científica, o aquecimento global é o resultado da emissão excessiva de gases relacionados ao efeito estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2). Esse excedente forma uma camada que fica mais espessa a cada ano, impedindo a dispersão da radiação solar e, em consequência, aquecendo o planeta além do que seria normal, (veja mais em referências n° 8 e 9).
Podemos observar também, que anteriormente se falava muito em AQUECIMENTO GLOBAL porque era um período em que estávamos focados nas emissões de gases de efeito estufa que iriam causar alterações no clima planetário. Porém é chegado o momento em que essas alterações nos alcançaram, daí que, nada mais atual que abordar o assunto como MUDANÇA CLIMÁTICA.
Não é minha intenção justificar ou tentar provar melhor a existência do processo de mudanças climáticas. Para mim, eu considero o processo como validado e real. E faço isso de maneira consciente, em base da minha educação técnica, estudos específicos de leituras diversas e reflexão ao longo de muitos anos. Meu objetivo aqui, é refletir sobre as razões, o porquê, que alguém poderia ser “tão” contrário aos fatos e a verdade que em resumo, eu aceito como algo obvio.

O “porquê” – algumas possibilidades
 “FAKE NEWS” versus a “VERDADE”
A expressão “fake news” está na moda, mas na minha opinião, sempre existiu. São mentiras apresentadas como notícias, usadas para diminuir informações válidas e verdadeiras. Os problemas ambientais englobados nos conceitos das mudanças climáticas sofrem constantes ataques com o uso de “fake news”.
Ao mesmo tempo em que eu estava pesquisando e estudando diversas fontes na internet sobre “fake news” e mudanças climáticas, lembrei de uma historinha da minha infância. Meus pais utilizavam uma versão simplificada da história da “Chicken Little” para me ensinar porque eu não deveria contar mentiras. A pequena galinha fazia tanto uma “brincadeira” gritando para as outras galinhas que “O céu está caindo” que ela acabou sendo desacreditada e as outras galinhas passaram a não aceitar mais o que ela falava. Aí, certa vez quando ela gritou sobre a chegada de um lobo, ninguém acreditou e todas acabaram sendo engolidas, inclusive a pequena galinha. Uma versão legendada e mais completa preparada pelos Estúdios Disney na década de 1940 está disponível no YouTube (Link disponível aqui). Vale a pena assistir, pois a grande relevância ainda às condições políticas e as interações com as redes sociais está de assustar.
Mas, vamos prosseguir e retomar um pouco mais, minha reflexão sobre o “porquê” pessoas querem atacar e desprezar os conceitos englobados nas mudanças climáticas.

METÓDO CIENTÍFICO – Falta de entendimento e desprezo
O uso do método científico não é muito intuitivo para quem não estuda o que é ou tem tentado aplicar. Exige um certo esforço mental para pensar e refletir sobre várias ideias, conceitos e acontecimentos. É necessária muito paciência ao longo de um tempo de trabalho ou estudo, e uma boa vontade de se distanciar da tendência de personalizar os estudos.
Por essas razões entre outras, é muito fácil para quem não entende o que é o método científico, simplesmente desprezar as teorias e os resultados que não lhe convém aceitar. Infelizmente em minha percepção, existem muitos políticos que agem assim, e se não simplesmente desprezando os resultados, não dando também a devida importância.

Outras possíveis razões para as pessoas desprezarem os fatos

IGNORÂNCIA - técnica: O simples desconhecimento dos processos técnicos e o método científico poderá levar muitas pessoas a desprezar a existência das mudanças climáticas. Ainda mais, a existência de uma diferença em tempo e velocidade das mudanças envolvidas entre o que um homem percebe e as mudanças climáticas é significativa e dificulta sua percepção e aceitação da forma mais simples.
ESTUPIDEZ - técnica: Não estudei a fundo esse assunto de inteligência e estupidez. Mas, não me aparenta ser impossível acreditar em diversos tipos de inteligência. Então, entendo que existe não somente uma faixa de inteligência, mas vários tipos de inteligência entre os homens. É plausível que, abaixo de um certo nível que possibilite um raciocínio técnico, uma pessoa seja portadora de uma estupidez que não lhe permita o entendimento das mudanças climáticas. Da forma grossa e direta, as pessoas que negam a existência das mudanças climáticas são estúpidas demais para compreender o problema.
ESPERTEZA política: Ao contrário de uma estupidez técnica, poderão existir pessoas com certa inteligência “política” que as tornem estúpidas na compreensão de assuntos técnicos, mas ao mesmo tempo ter uma inteligência acima do normal quanto aos processos considerados políticos, ou seja, a manipulação de pessoas – para o bem ou para o mal.
NACIONALISMO versus HUMANISMO (a doutrina de que o dever das pessoas é promover o bem-estar humano). Aqui eu gostaria de somente levantar o assunto, e não entrar em detalhes. Talvez ainda na minha engenhosidade, eu acho difícil acreditar que no fundo, pessoas não tenham o desejo de um mundo melhor. Será que existem pessoas que não querem que todos vivam de uma forma melhor, mais saudável e mais duradoura? Realmente, esse assunto é muito filosófico: como sou otimista, entendo que o homem seja basicamente a favor do bem, e não aja da forma intrínseca maldosa.

Forças para mudar o mundo

No esboço inicial deste rant, eu listei ainda mais ideias e conceitos para estudar e refletir. Como já está ficando longo, deixo aqui somente as palavras iniciais. Quem sabe, em outro momento, eu continue aprofundando um pouco mais com abordagens sobre individualismo, coletivismo, democracia, socialismo, comunismo - sobre a existência real ou não desse sistema no Brasil.

Conclusões: O que fazer a curto e longo prazo - mais educação de qualidade
A fim de tentar aliviar minha consciência, eu justifico minha falta de ações mais concretas contra o desprezo pelas mudanças climáticas, dizendo para mim mesmo que pelo menos escrevendo este rant estou tentando educar as pessoas nesse sentido. E, me coloco à disposição de responder e tentar esclarecer dúvidas eventuais sobre mudanças climáticas, mesmo não sendo uma área que eu me sinta especializado.


Algumas referências:




Autor: David Charles Meissner


É dono da DCMEvergreen – Environmental Consulting Services.

Formado em Química na Michigan State University, East Lansing (Mi USA)

Mestrado em Química Orgânica pelo ITA-CTA, S.J. dos Campos, SP – Brasil.






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